quarta-feira, 23 de março de 2011

Sentou-se junto à lareira com o cesto de verga onde guardava aquela história de há anos para cá.
Retirou a primeira fotografia, marcada no inverso com uma nota: A primeira de muitas.
Lá estavam aqueles olhos enormes de quem tinha o mundo na mão, de quem não precisava de mais nada, apenas daquele outro olhar.
Chorou.
Retirou outra fotografia e depois mais outra.
Chorou.
Bebeu o copo de vinho aguado pelas lágrimas que escorreram para dentro dele.
Pegou numa das muitas fotografias que estavam já espalhadas à sua volta e escolheu uma, dizia no verso: Eu estarei lá quando tu tiveres que olhar para trás.
Ele mentiu-lhe.
Ela acreditou mas nunca olhou para não se magoar.