terça-feira, 8 de maio de 2012

“Loucura de sonho naquele silêncio alheio, a nossa vida era toda a vida! E que fresco e feliz horror o de não haver ali ninguém. Nem nós que por ali íamos, ali estávamos. Caem na minha atenção vagos ruídos nítidos e dispersos que enchem de ser já dia a minha consciência do nosso quarto. Nosso quarto… Nosso quarto de que dois, se estou sozinho? Não sei…Tudo se funde e só fica, fugindo, uma realidade bruma em que a minha incerteza se sobra e o meu compreender, embalado de ópios, adormece.” 


Fernando Pessoa



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