gritar. todos os dias. por todos os sítios e por todas as partes do corpo. da mais ínfima partícula ao mais exagerado traço. de onde o som não se limite apenas a esboçar um eco, mas que consiga pintar as telas que não pinto e representar o que não digo. gritar não devia ser um atrevimento, um mau parecer. o grito tem tanta vida quanto o gemido, o murmúrio, o entre dentes. um grito. não a loucura e a insanidade. não a aflição e o desespero. mais um agir natural e inconsciente. a energia aumenta, o corpo alivia e a alma agradece.
preciso de gritar.
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
domingo, 26 de dezembro de 2010
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Florbela Espanca
«O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!»
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
leque de sonho
entrar em Évora é como se a cidade não pertencesse a este país.
os campos preenchem-me de verde, as vacas estão deitadas e o sol reflecte como se tudo estivesse em liberdade.
a unica presença do homem é o autocarro em que estou.
o céu hoje está limpo e alegra-me.
como posso acreditar que daqui por uns kilometros todo este verde foi embora, toda esta simbologia de esperança se transformará em buzinas de carros e rostos mal dispostos, de uma rotina que ninguém é capaz de contrariar.
vou gritar e sair deste autocarro, vou correr pelos campos fora e brincar às escondidas sozinha atrás das árvores.
vou ser criança.
vou ser ingénua.
vou viver a minha verdade dentro de uma grande mentira, porque por mais que corra hei-de sempre encontrar o alcatrão de uma estrada do outro lado do campo.
aqui na cidade é tudo muito efémero, até a natureza tem o seu ínicio e o seu fim.
afinal, vou apenas guardar estas imagens dentro de mim e enfrentar a urbanização com o risco branco do céu nos olhos.
vou viver encadeada.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
childhood
quando era pequenina gostava de me fazer passar por alguém que falava inglês, de vez em quando achava que convencia quem fosse que passasse com o meu sotaque inglês que se aprende aos 9 anos na escola.
as recordações fazem-nos acreditar que foi real.
with or without
estou-me a sentir sem inspiração nenhuma. os tempos mortos dos criadores ou a vontade não estimulada dos estudantes. quando isto acontece culpamos a cidade, as pessoas, a comida, a música e as cores. parece mais fácil de encarar mas não é, sem compreendermos que o problema provém de nós, como mudaremos? uma vez disseram-me que o que eu fazia era "o boicote do actor". E todos os dias, penso nisto e procuro mudar a minha atitude de juiz decide. estou melhor agora, mais sonhadora e menos sóbria. parece-me que é neste estado que sou mais feliz, quando me entrego e me despreocupo.
o meu problema sempre foi e ainda é, pensar que consigo carregar o mundo. estou a começar a compreender que o mundo não quer ser carregado. nem por mim, nem por ninguém.
o meu problema sempre foi e ainda é, pensar que consigo carregar o mundo. estou a começar a compreender que o mundo não quer ser carregado. nem por mim, nem por ninguém.
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
o teatro e a moda à portuguesa
Estou a trabalhar sobre o meu projecto de Teatro e Multimédia no fundo como uma auto-ajuda. A maioria das vezes sinto-me antiquada no meu modo de encarar o teatro, mas confesso que me fascina todas as novidades que os novos autores e criados vão trazendo a pouco e pouco, dando-lhe o nome de contemporaneidade. Estive a ler na Sinais de cena, uma entrevista a um dos grupos de teatro que estou a trabalhar e que mais me inquieta, porque vão de encontro a toda a convenção que me é ensinada, sobre o método e a personagem. O acreditar que naquele momento e dentro daquela realidade eu não sou eu, mas sim a personagem que vos vou convencer e sem que vos deixe duvidas. O teatro Praga funciona ao contrário, embora tenham recebido o mesmo tipo de ensino que eu estou a receber, eles recusam as personagens e todas as convenções da repetição. E embora me encontre completamente perdida e sem saber por onde começar a estruturar este monte de ideias, li algo que me fez despertar e gostava de deixar aqui partilhada a ideia: "Mas os STAN têm também essa referência de um teatro clássico belga, porque Portugal e a Bélgica têm isso em comum: não têm um teatro baseado numa tradição muito pesada, como acontece em Espanha, Inglaterra e França, onde em qualquer altura do ano se pode ir ver na Comédie Française. Nós não temos essa grande referência institucional, não temos um Royal Shakespeare Company, e os belgas também não, porque o nosso teatro sempre foi feito a partir de importação de modelos." Pedro Penin
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
quem manda no tempo sou eu!
o tempo nem sempre é o melhor amigo. mentiroso de quem o ousa dizer. o tempo dói. eu enterro o tempo e apago-o sempre que dou passos para trás. porque ele sempre existiu e que o tempo não pára, tenho a certeza disso. mas eu consigo contorná-lo e em vez de te imortalizar, eu envolvo-te em mim.
só para te respirar sempre mais um bocadinho.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Falsos Sorrisos

já poucos são os que acreditam em alguma coisa, mesmo que seja um grande nada. já poucos são os que se ofendem.
e se eu der um pontapé nesta grande bola, que de grande não tem nada? parece-me que está tudo insensível e ninguém tem reacção.
nunca lutaram por nada, uma geração da qual também eu faço parte mas que raramente me sinto incluída.
a melhor resposta é sempre que o assunto é controverso e a melhor discussão é o silêncio.
eu não quero ser a revolta. mas não consigo respirar no plástico.
domingo, 14 de novembro de 2010
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Hold on
Preciso de um dicionário para ler umas definições e procurar encaixá-las em mim. Entretanto, agradecia muito um colo que me protegesse que agora estou muito cansada.
domingo, 7 de novembro de 2010
Pequenas Partilhas
Ultimamente, tenho vindo a sentir-me encurralada nos meus próprios pensamentos e ideias, resolvi que o melhor era partilhá-los com o mundo para que não me começassem a limitar. De qualquer modo, tenho passeado pelos blogues e pareceu-me uma boa forma de veicular tudo isto.
Um resto de bom fim de semana
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